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Greve de caminhoneiros pode afetar abastecimento de combustíveis em MG

Transportadores de combustíveis reivindicam cumprimento de leis federais e ameaçam paralisação por tempo indeterminado em Minas Gerais

Uma greve iniciada por caminhoneiros transportadores de combustíveis em Minas Gerais pode comprometer o abastecimento de combustíveis em postos de gasolina e aeroportos de todo o estado nos próximos dias. A paralisação começou na madrugada desta segunda-feira (9), com dezenas de caminhões-tanque parados nas proximidades da base da empresa Vibra Energia, antiga BR Distribuidora (Petrobras), localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com os motoristas, a paralisação é por tempo indeterminado. Eles afirmam que só retornarão ao trabalho após uma negociação direta com a empresa Vibra e com outras distribuidoras que atuam em Minas Gerais. As principais reivindicações da categoria são o pagamento do Piso Mínimo de Frete e o cumprimento do Vale-Pedágio Obrigatório, previstos em legislações federais que, segundo os caminhoneiros, vêm sendo sistematicamente ignoradas pelas empresas contratantes.

O movimento é apoiado pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), presidido por Irani Gomes. Em entrevista, o dirigente sindical ressaltou que a greve tem fundamento legal e é fruto de anos de descaso por parte das distribuidoras de combustíveis, que estariam descumprindo normas estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“Com o descumprimento do Piso Mínimo de Frete e do Vale-Pedágio Obrigatório em Minas, os transportadores vêm acumulando prejuízos incalculáveis. Exigimos da Vibra o cumprimento imediato desses direitos dos transportadores, bem como a ampliação e intensificação da fiscalização aos contratantes de serviços de frete por parte da ANTT”, afirmou Irani Gomes.

Segundo ele, o Piso Mínimo de Frete, instituído por lei federal em 2018, visa garantir que os motoristas recebam valores justos pelo transporte de cargas, levando em consideração variáveis como o tipo de carga, a distância percorrida e os custos operacionais. Já o Vale-Pedágio Obrigatório deve ser pago pelas contratantes do serviço antes do início da viagem, evitando que o custo recaia sobre os motoristas.

A situação já preocupa revendedores de combustíveis, donos de postos e operadores de aeroportos. Como os caminhões-tanque são os responsáveis por abastecer as bases de distribuição espalhadas pelo estado, uma paralisação prolongada pode interromper o fornecimento regular de gasolina, etanol, diesel e querosene de aviação. Postos menores e localizados em regiões mais afastadas podem ser os primeiros a sentir os efeitos da escassez.

Até o momento, a Vibra Energia não se pronunciou oficialmente sobre as reivindicações nem apresentou proposta de negociação aos motoristas. Representantes da ANTT também não comentaram as denúncias sobre a falta de fiscalização mencionadas pelo sindicato.

Irani Gomes afirma que a greve será mantida até que haja uma resposta concreta das empresas e da agência reguladora. “A nossa intenção não é prejudicar a população, mas chamar a atenção para um problema que vem se arrastando há anos. Estamos abertos ao diálogo, mas exigimos que os nossos direitos sejam respeitados”, completou.

O Sindtanque-MG alerta ainda para a possibilidade de ampliação da greve, caso outras categorias do transporte de cargas decidam aderir ao movimento. A entidade já teria recebido manifestações de apoio de motoristas autônomos e pequenas cooperativas de transporte.

A população é orientada a acompanhar os desdobramentos com cautela e evitar compras excessivas de combustíveis nos postos, a fim de não agravar a situação de desabastecimento. A greve dos caminhoneiros em Minas Gerais é mais um episódio que evidencia os desafios enfrentados pela categoria e a necessidade de maior fiscalização e cumprimento das leis no setor de transportes.

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