Jovem morre em Upa, e família vê negligência: ‘Gritando assim, não é dor’

As circunstâncias envolvendo o falecimento de Mariane Silva Torres, de 26 anos, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul, em Belo Horizonte, estão sob investigação pela Polícia Civil. Mariane veio a óbito na referida unidade na última terça-feira, dia 23 de abril, após enfrentar uma parada cardiorrespiratória. A família alega negligência médica, enquanto a prefeitura afirma que toda a assistência necessária foi prestada.

O namorado de Mariane, João Coelho, de 25 anos, relata que estava trabalhando na região metropolitana de Belo Horizonte quando recebeu uma ligação dela, informando sobre suas dores e dormência na perna e sua ida à UPA. Ao chegar na unidade, por volta das 14h30, testemunhou o sofrimento da companheira, que, após passar pela triagem e receber a pulseira verde de baixa classificação de risco, continuava clamando por socorro devido às dores intensas.

Após uma espera angustiante, Mariane foi atendida por uma médica que, a princípio, diagnosticou sua condição como uma crise de ansiedade. Mesmo após a administração de medicamentos prescritos, as dores persistiram. As tentativas de obter reavaliação médica foram infrutíferas, resultando em uma série de desencontros entre os profissionais de saúde. A situação culminou em uma parada cardiorrespiratória, e Mariane veio a óbito na sala de emergência.

A prefeitura, ao ser contatada pela reportagem, informou que Mariane deu entrada na UPA às 13h30 queixando-se de dores no peito e nas pernas, tendo sido medicada por volta das 14h50. Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu às tentativas de ressuscitação.

Os esforços para esclarecer as circunstâncias da morte de Mariane incluem exames periciais realizados no Instituto Médico-Legal Dr. Andrés Roquette. A Polícia Civil aguarda a conclusão desses laudos, enquanto investiga as causas e circunstâncias do ocorrido. O corpo de Mariane foi sepultado em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha.