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Pai de família morta forjou encontro com mulheres para entregar suposto X9
O suposto informante, entregue a traficantes por Filipe Rodrigues, 23 anos, no Rio de Janeiro, era um amigo próximo do jovem e foi atraído sob falsos pretextos, conforme detalhado nas investigações. O indivíduo, de 32 anos, é suspeito de ter sido vítima de homicídio, conforme sugerido pelas autoridades policiais.
O trágico desfecho envolvendo Filipe, sua esposa e seu filho de sete meses ocorreu em 17 de março. Segundo as investigações, o jovem tornou-se alvo do crime após ludibriar um líder do Comando Vermelho em Niterói, na região metropolitana. Alegando ser membro da Polícia Militar, Filipe afirmou ser capaz de entregar um informante que estaria prejudicando a quadrilha em troca de uma quantia de R$ 50 mil.
Parentes de Filipe, procurados pela reportagem, optaram por não conceder entrevistas.
A polícia suspeita que, após assassinar o suposto informante, os traficantes descobriram a fraude e decidiram eliminar Filipe.
Conversas entre Filipe e seu amigo, datadas de 15 de março, dois dias antes do trágico evento, revelam que o jovem sugeriu um encontro amoroso com duas mulheres em um apartamento em Niterói. Nas mensagens de WhatsApp, Filipe solicitou uma foto do amigo para, alegadamente, encaminhar às referidas mulheres. Entretanto, para as autoridades policiais, é provável que ele tenha compartilhado a imagem com os traficantes.
O amigo perguntou por fotos das mulheres e se haveria necessidade de levar algo além de dinheiro. As respostas de Filipe foram apagadas de seu celular, mas a perícia da Polícia Civil está tentando recuperar o conteúdo completo da conversa.
Em um dos diálogos, o amigo de Filipe menciona: “Se eu não pegar ninguém, pelo menos vai valer o rolê”.
Quando o amigo chega ao local combinado, próximo ao morro do Castro, ele avista o carro de Filipe, que não para. Acreditando que Filipe estivesse desorientado, ele envia áudios às 21h05. “Tô te avisando a entrada, tu passou direto.”
Testemunhas afirmam que, nesse momento, ele teria sido abordado por traficantes e colocado no porta-malas do veículo. Em depoimento, a mãe do indivíduo desaparecido relatou que soube que ele clamava por ajuda desesperadamente, mas não recebeu auxílio. Um boné dele foi encontrado no local.
O delegado Wilians Batista ressalta que não há como determinar se o indivíduo era realmente um informante ou se Filipe inventou essa história para os traficantes.
No dia seguinte ao sequestro, Filipe contatou Lucas Lopes da Silva, conhecido como Naíba, apontado como líder do Comando Vermelho e foragido. Ele perguntou sobre o ocorrido com o “X” (referindo-se ao informante), e Naíba respondeu: “trabalhoso”. Filipe exigiu o restante do pagamento, mas o traficante questionou sua identidade como policial, marcando um encontro posteriormente.
Filipe pediu a um colega identificado como Wesley Pires da Silva Sodré para buscar o dinheiro no morro do Castro. Sodré foi preso nesta quarta-feira (3) sob suspeita de envolvimento no crime e passará por audiência de custódia.
Durante a conversa com Filipe, Sodré expressou temor de ser capturado pelos traficantes, mas concordou em seguir o plano. Por volta das 22h do dia 17 de março, após ser questionado por Filipe, Sodré informou que estava com o dinheiro e pediu para marcar o local da entrega, ficando acordado que ele levaria o montante à casa de Filipe.
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