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Weintraub critica Bolsonaro por fala com Moraes no STF: “Fui muito otário”

BRASÍLIA – O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, outrora um dos mais fiéis aliados de Jair Bolsonaro (PL), rompeu publicamente com o ex-presidente após declarações dadas por ele durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10), sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

Nas redes sociais, Weintraub demonstrou indignação com o comportamento de Bolsonaro ao compartilhar um vídeo em que o ex-presidente faz uma brincadeira com o ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Nós, que acreditamos no Bolsonaro em algum momento, fomos otários! Eu fui muito otário!”, escreveu no X (antigo Twitter). O vídeo mostra Bolsonaro convidando Moraes para ser seu vice nas eleições de 2026, em tom de piada. O ministro respondeu: “Eu declino”, arrancando risos dos presentes.

Durante o depoimento, Bolsonaro também minimizou os pedidos de intervenção militar feitos por seus apoiadores. “Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar… Os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só porque o pessoal estava pedindo ali”, declarou o ex-presidente.

Weintraub não poupou críticas. Além de reforçar que se sentiu enganado, publicou ainda: “O bolsonarismo é uma lepra, rastejante, covarde, mentirosa e calhorda”. Em outro post, compartilhou a imagem de um rato com a legenda: “Esse rato é mais imundo e covarde do que eu imaginava”.

Ex-ministro polêmico e rompido com a base

Abraham Weintraub foi exonerado do cargo de ministro da Educação em 2020. Durante os 14 meses em que esteve no governo, acumulou conflitos com reitores, estudantes, parlamentares, membros do STF — que chegou a chamar de “vagabundos” — e outras autoridades. Em 2024, tentou lançar candidatura à prefeitura de São Paulo, mas foi expulso do PMB, após o partido apoiar Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Bolsonaro nega golpe e cita críticas às urnas desde 2012

No interrogatório conduzido pela Primeira Turma do STF, Bolsonaro negou qualquer intenção golpista em 2022. Admitiu reuniões com militares e aliados, mas afirmou que “não havia plano de ruptura institucional”. Alegou ainda que suas críticas às urnas eletrônicas vêm desde 2012, e citou declarações antigas de políticos da esquerda, como Flávio Dino e Carlos Lupi, para justificar sua postura.

O ex-presidente é o quarto réu a prestar depoimento na investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A denúncia, aceita pelo STF em março, acusa Bolsonaro e outros investigados por crimes como:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Participação em organização criminosa armada
  • Dano qualificado
  • Deterioração de patrimônio tombado

Se condenado por todos os crimes, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão.

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