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Onça que atacou caseiro será mantida em cativeiro; veja o que acontecerá com o animal
A onça-pintada que teria matado e devorado o caseiro Jorge Ávalos, de 60 anos, em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, não voltará à natureza. O animal permanecerá em cativeiro, conforme decisão de especialistas e órgãos ambientais.
Segundo biólogos, a hipótese principal é de que o ataque foi motivado pela fome. O felino, um macho de cerca de nove anos e 94 quilos, foi encontrado desidratado, muito magro e com alterações hepáticas, renais e gastrointestinais. De acordo com boletim médico divulgado nesta sexta-feira (25), o animal está consciente e se comporta dentro da normalidade após a anestesia, mas ainda aguarda exames complementares para definição do estado de saúde.
A onça será encaminhada a uma instituição habilitada e incorporada ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, precisou ser isolado para receber o felino, com acesso restrito a pessoas autorizadas. A medida foi tomada para garantir a segurança do animal e da população, segundo a Polícia Militar Ambiental.
Especialistas apontam que a condição de saúde debilitada pode ter levado o animal a buscar presas mais fáceis, como humanos, comportamento raro entre onças. “Animais magros podem estar doentes ou envelhecidos e, em dificuldades para caçar presas habituais, podem buscar alternativas mais fáceis”, explicou o biólogo Tiago Leite.
Leite também alertou para o risco de desinformação e pânico após casos como esse, o que pode colocar ainda mais em risco a vida de animais silvestres. “Eventos assim geram medo e especulações, muitas vezes incentivando ações de violência contra a fauna”, afirmou.
O ataque ocorreu próximo ao pesqueiro Touro Morto, no Pantanal, às margens do Rio Miranda, onde Jorge trabalhava como caseiro. Partes do corpo da vítima foram encontradas perto de uma toca usada pela onça.
Após a confirmação da morte, equipes da Polícia Militar Ambiental, juntamente com um pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e guias locais, realizaram buscas para localizar o animal.