Fotógrafo mineiro Sebastião Salgado é cremado em Paris

O renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado foi cremado na manhã desta sexta-feira (30), em Paris, durante uma cerimônia íntima realizada no cemitério Père-Lachaise. Cerca de 250 pessoas, entre parentes e amigos, estiveram presentes para prestar as últimas homenagens.

Salgado faleceu no último dia 23, aos 81 anos, em decorrência de uma leucemia provocada por malária adquirida durante uma viagem à Ásia, há cerca de 15 anos.

Ao final da cerimônia, a esposa de Salgado, Lélia, e os filhos, Juliano e Rodrigo, depositaram rosas brancas sobre o caixão fechado, em um gesto de despedida comovente. Os discursos fúnebres foram realizados por figuras próximas da família: o jornalista francês Alain Genestar, o fotógrafo Yann Arthus-Bertrand e o cineasta Juliano Salgado, filho do fotógrafo.

Durante sua fala, Juliano destacou o compromisso e a força de seus pais:
“Se há algo a guardar de toda a história de Lélia e Sebastião, é esse engajamento, essa capacidade que eles encontraram, dois imigrantes brasileiros, de influenciar o máximo que puderam o curso das coisas, neste momento em que o espectro da barbárie volta e as mudanças climáticas ameaçam.”

Arthus-Bertrand, por sua vez, ressaltou a importância de Lélia na trajetória do marido, que por vezes foi profundamente abalado pelas cenas de sofrimento humano que registrava:
“Como você dizia, Sebastião: ‘Eu colocava meu aparelho no chão para chorar’. E foi Lélia que o salvou, propondo plantar árvores.”
A fala fazia referência ao trabalho do casal no Instituto Terra, uma iniciativa de reflorestamento criada por eles em Aimorés, Minas Gerais.

A cerimônia também contou com a presença de autoridades e amigos próximos, entre eles o embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares; o ex-governador do Acre Jorge Viana, que conheceu Salgado em expedições à Amazônia; o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira; e o ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli.

Sebastião Salgado deixa um legado inestimável para a fotografia mundial e para as causas sociais e ambientais que sempre defendeu com paixão e sensibilidade.