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Ex-comandantes dizem à PF que Bolsonaro apresentou plano de ‘golpe de Estado’


Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, trouxeram complicações para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à investigação conduzida pela Polícia Federal (PF). Ambos afirmaram que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da chamada “minuta golpista”, mas também apresentou, durante reuniões no Palácio do Alvorada, propostas de ações para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as quais envolviam a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Os detalhes desses depoimentos foram obtidos pela equipe de O TEMPO em Brasília nesta sexta-feira (15), após o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, levantar o sigilo das declarações. Os interrogatórios ocorreram em 1º de março no contexto da investigação sobre uma suposta trama liderada por Bolsonaro, envolvendo generais e ministros, com o objetivo de promover um golpe de Estado para manter o ex-presidente no Palácio do Planalto após a derrota eleitoral.

De acordo com os relatos dos ex-comandantes, Bolsonaro convocou reuniões no Palácio do Alvorada logo após sua derrota para Lula no segundo turno das eleições de 2022. Nessas reuniões, ele apresentou “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”.

Baptista Júnior informou aos investigadores que Freire Gomes chegou a afirmar que prenderia Bolsonaro caso este tentasse efetivar um golpe de Estado. Entretanto, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, colocou as tropas à disposição durante as discussões sobre as minutas apresentadas por Bolsonaro, segundo Baptista Júnior.

Além desses depoimentos, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também colaborou com a investigação por meio de uma delação premiada à Polícia Federal.

As defesas dos indivíduos citados nos depoimentos dos ex-comandantes ainda não se manifestaram publicamente até o momento desta reportagem.

A investigação conduzida pela PF, iniciada em 8 de fevereiro, busca evidências relacionadas a uma alegada “tentativa de golpe de Estado” em 2022, supostamente organizada por aliados de Bolsonaro. Os mandados de busca e apreensão foram solicitados com base em análises e provas apresentadas pela PF à Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo mensagens de texto, áudios e vídeos dos investigados.

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