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Carlos Lupi pede demissão do Ministério da Previdência após denúncias no INSS
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (2), em meio a uma série de denúncias envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A saída do ministro foi confirmada por ele próprio por meio das redes sociais.
Na publicação, Lupi declarou:
“Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso”.
A decisão do pedetista ocorre após semanas de pressão política, especialmente da oposição, que o acusava de omissão diante das denúncias de irregularidades na concessão de benefícios previdenciários. A operação que investiga os supostos esquemas é conduzida pela Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), e identificou possíveis desvios no INSS.
Pressão crescente e desgaste no governo
Desde que o escândalo ganhou repercussão nacional, Lupi passou a ser alvo constante de críticas. Parlamentares da oposição alegaram que o ministro foi leniente diante de indícios claros de corrupção dentro do órgão vinculado à sua pasta. A situação se agravou após as primeiras fases da operação da PF virem à tona, revelando supostas fraudes milionárias envolvendo servidores e intermediários.
Em meio ao desgaste, o ministro chegou a participar de uma audiência na Câmara dos Deputados na última terça-feira (29), quando negou omissão e afirmou que a investigação só foi possível porque ele mesmo determinou uma auditoria no INSS, ainda no início de 2024.
— A operação da Polícia Federal em conjunto com a CGU aconteceu porque nós, dentro do Ministério, identificamos inconsistências e determinamos uma auditoria interna — defendeu Lupi, na ocasião.
Nota oficial e defesa da atuação
Na nota divulgada ao público, Carlos Lupi reforçou que não foi citado nas investigações e demonstrou confiança na Justiça para a punição dos verdadeiros culpados.
“Espero que as investigações sigam seu curso natural, que identifiquem os responsáveis e os punam com rigor. Continuarei acompanhando de perto e colaborando com o governo para que, ao final, todo e qualquer recurso que tenha sido desviado do caminho de nossos beneficiários seja devolvido integralmente”, afirmou.
Apesar da saída do ministério, Lupi indicou que seguirá contribuindo com o governo federal, mesmo que em outra função ou fora da estrutura oficial. Fontes próximas ao Planalto indicam que ele ainda conta com a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora o episódio tenha causado forte repercussão negativa na imagem da pasta da Previdência.
Histórico e trajetória de Carlos Lupi
Carlos Lupi é presidente licenciado do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e ocupava o cargo de ministro da Previdência desde o início do terceiro mandato de Lula, em janeiro de 2023. Ele já havia integrado outros governos petistas, incluindo o Ministério do Trabalho durante os mandatos de Lula e Dilma Rousseff.
Sua nomeação para a Previdência foi vista como uma forma de fortalecer a relação do governo com partidos do chamado “centro-esquerda”. No entanto, desde sua posse, enfrentou críticas por sua gestão considerada ineficiente por setores do Congresso e também por servidores da própria pasta.
Governo deve anunciar substituto nos próximos dias
Com a saída de Carlos Lupi, o governo federal agora corre contra o tempo para indicar um novo nome para comandar o Ministério da Previdência Social. A escolha deve levar em conta não apenas critérios técnicos, mas também políticos, uma vez que o posto é estratégico e influencia diretamente milhões de brasileiros que dependem de benefícios do INSS.
Entre os cotados, estão nomes do próprio PDT e de partidos aliados, com experiência em gestão pública e afinidade com a área social. A expectativa é de que o anúncio oficial ocorra até a próxima semana.
Enquanto isso, a equipe técnica da pasta seguirá à frente das atividades cotidianas e da colaboração com os órgãos de investigação.