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Após 50 dias de buscas, fugitivos da penitenciária de Mossoró são presos no Pará
Os indivíduos que escaparam do Presídio Federal de Mossoró, localizado no estado do Rio Grande do Norte, foram capturados nesta quinta-feira (4) na cidade de Marabá, no estado do Pará, após 50 dias de intensa busca. A distância entre as duas localidades é de aproximadamente 1.500 quilômetros. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A operação de busca foi coordenada pela Polícia Federal (PF) e pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Os fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, conhecido como “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, de 34 anos, apelidado de “Deisinho”, foram detidos no início da tarde desta quinta-feira. Eles haviam escapado da penitenciária federal na madrugada de 14 de fevereiro, às 3h47. Ambos são associados ao Comando Vermelho (CV) e foram transferidos de um presídio estadual no Acre para o presídio em Mossoró após uma rebelião que resultou em cinco mortes.
Rogério e Deibson estavam cumprindo pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde as restrições são mais severas do que no regime fechado. Nesse tipo de alojamento, há áreas separadas para banho de sol, visando evitar o contato entre os detentos. Eles conseguiram fugir da prisão através de um buraco no teto de suas celas, as quais são individuais na unidade prisional, e posteriormente cortaram a cerca do presídio com um alicate encontrado em um canteiro de obras.
Relembre
Este incidente foi o primeiro caso de fuga registrado no sistema penitenciário federal e provocou a primeira crise para Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça e Segurança Pública, apenas alguns dias após sua posse no cargo. Isso evidenciou deficiências na segurança da unidade federal, incluindo câmeras desativadas e iluminação deficiente. Os fugitivos foram capturados após uma busca que durou mais do que o caso do assassino em série Lázaro Barbosa em junho de 2021, em Goiás, que durou 20 dias. A Força Nacional também foi mobilizada para auxiliar nas buscas.
Enquanto as buscas pelos fugitivos estavam em andamento, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) transferiu 23 presos do presídio de Mossoró, incluindo Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar, ex-líder do CV e considerado um dos principais traficantes da América Latina.
Ministério abre processo administrativo contra 10 servidores
Na última terça-feira (2), o MJSP anunciou os resultados da investigação sobre a fuga. Segundo o ministério, não foram encontradas evidências de corrupção, porém a corregedora-geral, Marlene Rosa, identificou falhas nos protocolos de segurança da unidade prisional.
Em resposta, foram iniciados três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) envolvendo 10 servidores. Além disso, outros 17 servidores concordaram em assinar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), nos quais se comprometem a seguir uma série de medidas, incluindo a não reincidência de infrações e a participação em cursos de reciclagem.
A corregedora também ordenou a abertura de uma nova Investigação Preliminar Sumária para aprofundar as análises sobre as causas da fuga, com especial foco nos problemas estruturais da unidade prisional federal. O relatório completo não será divulgado para não prejudicar a nova investigação e os processos corretivos em andamento.
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