Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais, está se preparando para enfrentar possíveis ataques de criminosos especializados em “novo cangaço”, onde uma quadrilha cercaria a cidade para roubar grandes quantidades de dinheiro. Na noite de quinta-feira (25 de julho), a cidade viu uma simulação de ataque bancário, quando um grupo de homens encapuzados e armados com fuzis e metralhadoras assaltou uma agência bancária. A quadrilha explodiu uma casa vizinha e amarrou nove reféns. Felizmente, tudo não passou de um exercício simulado para a população, que serviu para testar o ‘Plano de Defesa’ da cidade.
O simulado faz parte do “Curso de Plano de Gestão de Crises de Segurança nas Cidades”, promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). De 22 a 25 de julho, moradores, autoridades e forças de segurança de Paracatu participaram de um treinamento intensivo, criando e testando o ‘Plano de Defesa’ para lidar com possíveis ameaças.
O objetivo do curso é preparar as forças de segurança e autoridades para planejar ações preventivas e combater efetivamente o crime organizado. Paracatu, com sua significativa produção de minérios preciosos, como o ouro, é um alvo potencial para esses tipos de crime.
Júlio Nery, diretor de sustentabilidade do IBRAM, destacou a importância do exercício para preparar a cidade para situações semelhantes às já observadas em outras localidades. “Ter um plano de defesa é crucial. Paracatu está treinada para evitar repetir os erros de outros casos”, afirmou.
André Gossain, delegado da Secretaria Nacional de Segurança Pública na Coordenação do Combate ao Crime Organizado, ressaltou que o treinamento busca evitar mortes e grandes perdas materiais em caso de um ataque real. “O curso é essencial para proteger a vida dos cidadãos e evitar o pânico e as destruições causadas pelo crime organizado. Visamos a integração das forças de segurança com táticas e técnicas para poupar vidas e prender os criminosos”, disse.
O curso e o simulado resultaram de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o IBRAM, assinado em 5 de janeiro deste ano. A experiência em Paracatu é um passo para expandir o projeto para outras cidades mineiras e além do Estado, com a agenda a ser definida posteriormente.