Ayrton Senna tinha a intenção de prestar uma homenagem ao piloto austríaco Roland Ratzenberger no Grande Prêmio de Ímola, em 1994. Ratzenberger havia morrido no sábado, durante o treino classificatório, um dia antes do acidente fatal de Senna. A revelação foi feita por Betise Assumpção, que era assessora de Senna desde 1990, em entrevista ao Lance!.
Segundo Betise, Senna pediu uma bandeira da Áustria e planejava mostrá-la ao final da corrida, caso vencesse, como uma homenagem ao colega. Ele já havia feito algo parecido no GP do Brasil em 1991, quando ergueu a bandeira brasileira após vencer. “Mesmo se não ganhasse, ele iria homenagear do mesmo jeito”, disse a assessora.
Senna teria guardado a bandeira dentro do carro da Williams, mas não se sabe ao certo se ele chegou a colocá-la ali. “Mas ele falou que levaria”, afirmou Betise.
A morte de Ratzenberger abalou profundamente Senna. Ele ficou indignado com a decisão de manter o GP de Ímola mesmo depois da tragédia. “Ele me disse: ‘Betise, ele morreu na pista. Não tenho cabeça pra falar nada’”, contou a assessora, explicando que o piloto se recusou a dar entrevistas naquele momento.
O fim de semana em Ímola foi trágico. Na sexta-feira, Rubens Barrichello sofreu um forte acidente. No sábado, Ratzenberger perdeu a vida após bater durante o treino. Como ele foi declarado morto no hospital, a corrida de domingo não foi cancelada. Senna, revoltado, tentou convencer os organizadores a não realizar o GP. “Ele ficou muito bravo e queria chamar outros pilotos para discutir mudanças na Fórmula 1”, revelou Betise.
A morte de Ayrton Senna chocou o mundo. No Brasil, milhões de pessoas lamentaram a perda do ídolo. Só no cortejo em São Paulo, mais de 500 mil pessoas foram às ruas. O velório teve a presença de mais de 250 mil. Senna morreu aos 34 anos, com três títulos mundiais, 41 vitórias e 80 pódios na Fórmula 1.