Com a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica vai escolher um novo líder nas próximas semanas. Isso será feito por meio do Conclave, uma reunião secreta com cardeais de todo o mundo. Atualmente, existem 252 cardeais, mas só 138 podem votar, porque têm menos de 80 anos.
O Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do Papa. Durante esse tempo, os cardeais se reúnem em Roma, participam de missas, encontros e jantares para discutir os rumos da Igreja. Eles também fazem reuniões chamadas de Congregações Gerais, onde falam abertamente sobre o que esperam do novo Papa.
Segundo Filipe Domingues, especialista em assuntos do Vaticano, como a maioria dos cardeais foi escolhida por Francisco, que preferiu religiosos com um perfil mais próximo do povo, o processo de escolha pode ser mais demorado. Isso porque muitos deles não se conhecem bem.
A escolha do novo Papa depende do que a Igreja quer para os próximos anos. Em 2013, por exemplo, os cardeais buscavam alguém que trouxesse reformas e se preocupasse com os mais pobres — e foi assim que Francisco foi escolhido.
Como funciona o Conclave
Durante o Conclave, os cardeais ficam hospedados dentro do Vaticano, na “Casa Santa Marta”. O Conclave é como um retiro fechado: ninguém de fora pode saber o que acontece lá dentro. Os cardeais fazem orações e depois votam. Só os cardeais com menos de 80 anos podem participar da votação, e ela é secreta.
São feitas duas votações por dia. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos. Se alguém for escolhido, ele precisa aceitar o cargo, e então uma fumaça branca sai da chaminé da Capela Sistina, avisando ao mundo que temos um novo Papa. Se ninguém for eleito, sai fumaça preta.
Caso algum cardeal esteja doente, a urna com os votos é levada até ele. Se, depois de vários dias, não houver um consenso, os cardeais fazem uma pausa para rezar e refletir. Se mesmo assim não chegarem a uma decisão, eles podem votar apenas nos dois mais votados da última eleição. A escolha precisa ser feita com maioria absoluta.