O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagraram, nesta terça-feira (12), a operação Tricherie, visando desarticular uma organização criminosa especializada em crimes de estelionato, especificamente no golpe do motoboy, além de lavagem de dinheiro.
A ação resultou na execução de 17 mandados de prisão, 13 mandados de busca e apreensão, e 18 ordens de sequestro, totalizando aproximadamente R$ 1,4 milhão em contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital dos envolvidos. Os mandados foram expedidos pela Justiça Criminal de Belo Horizonte e estão sendo cumpridos nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Itapevi e Jacareí, todas no estado de São Paulo.
O Golpe do Motoboy consiste em a vítima receber uma ligação de um membro da organização criminosa, alegando ser de uma instituição financeira. Mediante engenharia social, conseguem obter a senha pessoal dos cartões bancários e informam que um motoboy será enviado para recolher os cartões da vítima. Após o recolhimento, são realizados saques, compras ou transferências para contas fraudadas, aproveitando falhas nos processos de validação de identidade de alguns bancos.
De acordo com as investigações, a organização criminosa atuou em 20 cidades de Minas Gerais e em outros estados do país. Em Minas, foram registradas 68 ocorrências, com valores declarados pelas vítimas ultrapassando R$ 500 mil. Contudo, considerando subnotificações e a ausência de valores em mais da metade das ocorrências, estima-se que o prejuízo causado pelo grupo seja ainda maior no estado.
A operação contou com o apoio operacional da Polícia Civil e do Gaeco de São Paulo. O nome “Tricherie” foi escolhido por significar trapaça, engano e falcatrua em francês, derivando do termo em inglês “trickster”, que representa um arquétipo mitológico presente em diversas culturas.