Pelo menos uma pessoa foi presa em Belo Horizonte durante a segunda fase da “Operação Trapiche”, conduzida pela Polícia Federal (PF), que busca combater o financiamento ao terrorismo e reunir provas sobre o possível recrutamento de brasileiros para atos extremistas.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em tabacarias na região central de Belo Horizonte, Contagem (na região metropolitana), Uberlândia (no Triângulo Mineiro), São Paulo e Brasília. Além disso, a Justiça Federal determinou o sequestro de valores, bloqueios de contas bancárias e a suspensão das atividades econômicas de diversas empresas.
De acordo com a Polícia Federal, o principal investigado recrutava imigrantes e refugiados no Brasil, utilizando seus dados para abrir contas bancárias e empresas através das quais circulavam recursos de origem ilícita.
Esses recursos eram parcialmente direcionados a contas bancárias de empresas de fachada, que fazem parte de um vasto esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, descoberto anteriormente pela Operação Colossus, também da PF.
Os fundos ilícitos, após uma série de transferências entre essas empresas de fachada, eram convertidos em criptoativos e transferidos para carteiras sancionadas, devido a seus vínculos com organizações terroristas.
Os envolvidos poderão ser acusados de crimes como contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas somadas podem chegar a 75 anos e 6 meses de reclusão.
Primeira fase da operação
A primeira fase da Operação Trapiche foi deflagrada em novembro de 2023 em Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal. Naquela ocasião, a Polícia Federal descobriu que brasileiros estavam sendo recrutados por uma organização terrorista e realizando viagens a Beirute, no Líbano.