Uma mulher de 42 anos foi vítima de agressão com um facão na orelha e mantida em cárcere privado pelo seu companheiro, um homem de 50 anos. O incidente ocorreu na noite de quarta-feira (3), na presença do filho do casal, de 3 anos, em sua residência na região do Barreiro, em Belo Horizonte.
A vítima conseguiu buscar ajuda somente quando seu companheiro adormeceu. Ela saiu de casa imediatamente para pedir auxílio aos familiares. Os policiais localizaram o homem ainda dormindo, próximo ao facão. Apesar disso, a vítima decidiu não denunciar seu companheiro, com receio de perder o provedor financeiro da família. No entanto, diante da severidade do incidente, um inquérito será aberto e o suspeito ficará à disposição da Justiça.
Segundo informações do sargento Alípio, do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), o relacionamento entre o casal é tumultuado há 20 anos. “Embora a companheira atual nunca tenha denunciado o suspeito, ele possui antecedentes criminais por ameaçar uma parceira em um relacionamento anterior”, destacou.
A polícia foi acionada pela irmã da vítima, que reside fora de Minas Gerais. Ela foi informada sobre os abusos enquanto a mulher ainda sangrava, aguardando o companheiro adormecer. A vítima enviou um vídeo ao vivo para sua irmã, mostrando o homem ao lado do facão, juntamente com imagens de seu estado ensanguentado. Em seguida, conseguiu fugir da residência com seu filho e buscar ajuda de outros parentes, encontrando refúgio na casa de sua filha de 16 anos, fruto de um relacionamento anterior.
Apesar de estar em outro estado, a irmã da vítima foi quem alertou a polícia em Belo Horizonte. No local, os agentes encontraram o suspeito dormindo junto ao facão. Ele negou as acusações de agressão, alegando que o ferimento da mulher foi acidental.
Após ser interrogada pela polícia, a vítima corroborou a versão do companheiro e optou por não denunciá-lo, temendo perder sua assistência financeira. Ela foi encaminhada a uma unidade de saúde, onde recebeu tratamento para os ferimentos na orelha.
“Diante da seriedade do ocorrido e das evidências fornecidas pelas fotos e vídeos da agressão, um boletim de ocorrência de violência doméstica será registrado. Em seguida, um inquérito será iniciado e o suspeito será submetido à disposição da Justiça”, concluiu o sargento Alípio, da Rotam.