Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí (MG) e um dos condenados como mandante da Chacina de Unaí, morreu na madrugada desta quinta-feira, 15 de maio, aos 77 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, desde o início de abril, após cair, bater a cabeça e sofrer traumatismo craniano. Desde então, permaneceu em coma.
Mânica cumpria prisão domiciliar desde novembro de 2023, por decisão da Justiça, que considerou seu estado de saúde. Após a queda, ele precisou passar por uma cirurgia de emergência e seu quadro era considerado grave.
Em 2023, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região aumentou sua pena de 64 para 89 anos de prisão. Ele e seu irmão, Norberto Mânica, foram condenados por mandar matar quatro servidores do Ministério do Trabalho, em 2004. As vítimas — três auditores fiscais e um motorista — foram assassinadas durante uma fiscalização rural em Unaí, enquanto investigavam denúncias de trabalho análogo à escravidão.
A morte de Antério foi confirmada por pessoas próximas. O hospital, porém, não divulgou informações oficiais.
Carlos Calazans, superintendente regional do Trabalho em Minas Gerais, comentou a morte:
“Não estou feliz, mesmo sendo cristão. Lutei por 21 anos para que a Justiça fosse feita. Agora que saiu a condenação, ele morreu. A Justiça demorou demais. Os mandantes quase não pagaram pelo que fizeram.”