Dono de Porsche paga R$ 500 mil de fiança e oferece R$ 1.412 por mês a família de motorista de app morto em acidente


Motorista do Porsche envolvido em acidente oferece ajuda financeira à família da vítima

Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche acusado de causar o acidente fatal que resultou na morte de Ornaldo da Silva Viana, ofereceu um salário mínimo (R$ 1.412) mensal à família da vítima, conforme revelado em petição apresentada pela sua defesa na última quinta-feira (11). No entanto, a duração dessa assistência financeira não foi especificada.

A defesa do acusado expressou sensibilidade diante da situação da família de Ornaldo, que enfrenta dificuldades financeiras, conforme relatado pela mídia. Eles também afirmaram ter tentado entrar em contato verbalmente com os advogados da família da vítima para oferecer assistência, mas foram informados de que “não era o momento”.

Na sexta-feira (12), Fernando Sastre de Andrade Filho apresentou à Justiça um comprovante de depósito em conta judicial no valor de R$ 500 mil como fiança. O juiz da 1ª Vara do Júri de São Paulo determinou essa fiança visando garantir uma possível reparação futura ao amigo ferido e à família de Ornaldo Viana. Segundo o magistrado, o valor é considerado proporcional e adequado, levando em conta a situação socioeconômica do acusado e a necessidade de assegurar uma possível compensação pelos danos causados.

O Porsche envolvido no acidente, que pertence à empresa da família do motorista, a F. Andrade, enfrentou danos significativos e não possuía seguro. A empresa, de propriedade do pai de Fernando Sastre de Andrade, atua no ramo de materiais para construção, distribuindo ferro e aço para a construção civil.

O veículo conduzido pela vítima, um Renault Sandero branco EXP do ano de 2017, com valor aproximado de R$ 40 mil, foi completamente danificado na colisão. Ornaldo da Silva Viana, que dirigia o veículo sozinho, foi socorrido por uma ambulância dos Bombeiros, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer no Hospital Municipal do Tatuapé.

No interrogatório à Polícia Civil, Fernando afirmou que estava dirigindo “um pouco acima do limite” de velocidade estabelecido para a via, que é de 50 km/h, após sair de uma casa de pôquer com um amigo. No entanto, ele não soube precisar a velocidade exata em que estava.

Marcus Vinicius Machado Rocha, o amigo que estava no banco do passageiro e ficou gravemente ferido, prestou depoimento à polícia antes de receber alta.

A polícia confirmou que Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia o Porsche, consumiu bebida alcoólica e acelerou antes de colidir na traseira do Sandero de Ornaldo, conforme relatado por um delegado e um investigador.

Apesar das tentativas da polícia de pedir a prisão de Fernando, os pedidos foram negados pela Justiça. Ele está respondendo aos crimes em liberdade, mas teve que entregar seu passaporte à Polícia Federal e pagar uma fiança de R$ 500 mil. Sua carteira de motorista também foi suspensa provisoriamente.

A defesa de Fernando argumenta que o acidente foi uma “fatalidade”, enquanto a Corregedoria da Polícia Militar investiga possíveis falhas no atendimento da ocorrência.

A mãe de Fernando prestou depoimento, alegando que os policiais militares liberaram seu filho do local do acidente para que ele fosse ao hospital, mas ela não o levou devido a ameaças recebidas nas redes sociais.

Luam Silva, filho de Ornaldo, expressou um sentimento de grande injustiça em suas redes sociais diante do trágico evento.