Itabira Mais
Portal Mineiro de Notícias

Adestrador suspeito de treinar cães para ‘ataque’ é preso por maus-tratos

A Polícia Civil está investigando um canil no bairro Tamanduá, em Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais, por suspeita de maus-tratos a animais. Na terça-feira, 7 de maio, um homem de 53 anos foi preso no local. De acordo com a polícia, ele adestrava cães para torná-los agressivos e violentos.

O delegado Ricardo Maciel, titular da 4ª Delegacia de Polícia de Sete Lagoas, explicou que os animais, treinados para “ataque e guarda”, eram alugados para proprietários de estabelecimentos comerciais e residências como vigias. No canil, foram encontrados cinco cães, um deles com lesões no corpo e em baixo peso, além de um cavalo.

“A equipe ainda constatou a inexistência de água e alimentação para os animais, sendo, também, apreendida uma coleira de adestramento”, informou a Polícia Civil em nota. O cão debilitado foi levado por um veterinário para uma clínica, onde recebeu os cuidados necessários.

O delegado Maciel afirmou que o inquérito está perto de ser concluído, dependendo apenas do prontuário médico-veterinário do cão que estava debilitado. O adestrador foi autuado em flagrante delito por maus-tratos a animais e encaminhado ao sistema prisional, onde aguarda as medidas legais cabíveis.

A investigação começou após uma denúncia anônima. A vereadora de Sete Lagoas, Heloísa Frois, defensora dos direitos dos animais, criticou a prática de treinar cães para agressividade, chamando-a de crueldade. “Eles não nasceram para isso”, afirmou.

O Outro Lado

O adestrador investigado nega as acusações e alega ser vítima de perseguição pela Polícia Civil. Ele afirma que o cão debilitado havia sido resgatado por ele poucos dias antes da operação. O adestrador sustenta que seu trabalho é baseado no respeito aos animais e que mais informações seriam fornecidas por sua advogada. A reportagem está tentando contato com a representante legal dele.

Maus-Tratos contra Animais

Maltratar animais é crime no Brasil. Desde setembro de 2020, a Lei 14.064, conhecida como Lei Sansão, endureceu as penas para maus-tratos contra cães e gatos. A lei aumentou a pena de 3 meses a 1 ano de detenção para 2 a 5 anos de reclusão, além de multa e perda da guarda do animal. Se o crime resultar em morte, a pena pode ser aumentada em até um terço.

O deputado federal Fred Costa (PRD), criador da Lei Sansão, destacou que a legislação representou um avanço significativo na proteção animal. “A lei é uma quebra de paradigma entre impunidade e uma lei exemplar para criminosos covardes que cometem crimes contra animais”, disse. “Antes, não havia a possibilidade de prisão em flagrante, e agora a única opção é responder em liberdade por audiência de custódia.”

Receba atualizações em tempo real diretamente no seu dispositivo, assine agora.

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais informação