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Fraude no INSS: o que se sabe sobre os desvios em descontos de aposentadorias e pensões

A Polícia Federal revelou que ex-diretores do INSS e pessoas ligadas a eles receberam mais de R$ 17 milhões em transferências feitas por intermediários de associações suspeitas de realizar descontos ilegais nos contracheques de aposentados e pensionistas.

Essas informações fazem parte da Operação Sem Desconto, que levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de outros dirigentes. A investigação também colocou em xeque a permanência do ministro da Previdência, Carlos Lupi, no cargo.

Segundo a PF, o esquema contou com a atuação de um lobista conhecido como “Careca do INSS”, que movimentou R$ 53,5 milhões por meio de empresas criadas para esconder os verdadeiros beneficiários. Ele recebia comissão de até 27,5% sobre cada valor descontado de aposentados sem autorização.

Entre os investigados estão:

  • Virgílio Oliveira Filho, ex-procurador do INSS: teve aumento patrimonial de R$ 18,3 milhões.
  • Alexandre Guimarães, ex-diretor no governo Bolsonaro: teria recebido R$ 313 mil.
  • André Fidélis, ex-diretor de benefícios: empresas ligadas a ele receberam R$ 5,1 milhões.
  • Até um policial federal, Philipe Coutinho, é investigado por ajudar investigados a circular em área restrita do aeroporto de Congonhas.

Durante as buscas, foram apreendidos:

  • R$ 1,7 milhão em dinheiro;
  • 61 veículos, avaliados em R$ 34,5 milhões;
  • 141 joias, avaliadas em R$ 727 mil;
  • Além de máquinas, equipamentos e obras de arte.

A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que R$ 6,3 bilhões foram descontados indevidamente de aposentados entre 2019 e 2024, na maioria sem autorização. O valor médio do desconto por aposentado era de R$ 39,74. Ao todo, o INSS recebeu quase 2 milhões de pedidos para cancelamento desses descontos.

Uma das entidades que mais se beneficiaram foi a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), que conseguiu a inclusão de mensalidades em mais de 34 mil benefícios.

O governo federal suspendeu os descontos e montou um grupo para tentar recuperar os valores desviados. Os descontos de abril serão devolvidos na próxima folha de pagamento.

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