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Renato Cariani usava nomes de crianças para fraudar compra de hormônio de crescimento, aponta investigação da PF

A Polícia Federal descobriu trocas de mensagens entre o influenciador fitness Renato Cariani e sua parceira de negócios, Elen, evidenciando um esquema fraudulento para a aquisição de remédios com descontos, incluindo o Norditropin, conhecido como “GH” ou hormônio de crescimento. O influenciador utilizava nomes de crianças para obter o medicamento, conforme indicado nas mensagens que datam de julho de 2017, e agora fazem parte do inquérito da PF que aponta diversas irregularidades e fraudes cometidas por Cariani.

Em janeiro deste ano, a Polícia Federal concluiu o inquérito contra o influenciador, resultando no indiciamento dele e de outros dois envolvidos pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Além de Renato Cariani, Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth são acusados de utilizar uma empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas, desviando insumos para a fabricação de cocaína e crack. A investigação aponta que essas drogas abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional, liderada por facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Renato e Roseli são sócios da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., uma empresa de venda de produtos químicos em Diadema, na Grande São Paulo. A investigação não solicitou a prisão dos indiciados, que respondem em liberdade. O relatório final da PF foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que decidirá sobre possíveis denúncias. Caberá à Justiça Federal julgar as acusações, caso haja denúncia.

Segundo a PF, os indiciados tinham conhecimento direto e participavam ativamente do esquema criminoso. Interceptações telefônicas e mensagens obtidas com autorização judicial são apontadas como provas do envolvimento deles. Na época do indiciamento, a defesa de Renato Cariani afirmou que o processo ocorreu de forma precipitada, antes de seu cliente prestar esclarecimentos.

O esquema, liderado por Fabio Spinola, envolvia o repasse de insumos entre a Anidrol e o tráfico. Ele criou um e-mail falso em nome de um suposto funcionário de uma multinacional para dar continuidade ao plano criminoso. A PF destacou que, entre 2014 e 2021, cerca de 12 toneladas de insumos foram desviadas legalmente pela Anidrol para a produção de entorpecentes. A empresa emitiu aproximadamente 60 notas fiscais falsas e fez depósitos em nome de “laranjas”, utilizando indevidamente os nomes de empresas como AstraZeneca, LBS Laborasa e outra empresa para justificar as saídas dos produtos. Esses insumos, como acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, são fundamentais na transformação da pasta base de cocaína em pó e em pedras de crack.

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